A Universidade Eduardo Mondlane vai introduzir nas suas escolas e faculdades um novo sistema de ensino centrado no estudante, de três ciclos, a se basear no modelo europeu de Bolonha. Um sistema que tem sido alvo de muita critica por estudantes, docentes e diversas organizações profissionais com destaque para as ordens, dos Engenheiros, dos Médicos, e dos Advogados. A introdução deste sistema tem como perspectiva o melhoramento da qualidade de ensino e aprendizagem, bem como permitir a mobilidade e empregabilidade dos estudantes após á formação, segundo revelou à jornalistas, o director do Gabinete de reforma e integração regional, Doutor Firmino Mucavele, numa conferência de imprensa que teve lugar na sala dos actos grandes da Universidade Eduardo Mondlane.
Para Mucavele este sistema irá responder as necessidades do país no melhoramento da qualidade do ensino, bem como garantir a flexibilidade do ensino e aprendizagem. “o objectivo é de permitir o estabelecimento de um quadro de referências de qualificações na Universidade Eduardo Mondlane, em direcção ao esforço feito a nível nacional, a reforma esta sendo feita para melhorar a qualidade de ensino no pais”, disse Mucavele.
“Cursos longos não são propícios para o desenvolvimento do pais”
Segundo Mucavele a adopção de um sistema de cursos longos, fora do contexto de desenvolvimento nacional não é propício para o desenvolvimento de Moçambique, não só pelo desperdício de recursos, como também pelo prejuízo em que se traduz, pelo estudantes do ensino superior em Moçambique. Neste contexto a reforma curricular pretende assegurar aos estudantes moçambicanos condições de formação e de integração profissional similares, duração e conteúdo às dos restantes países da regiào (SADC). Por outro pretende-se criar oportunidade de percursos flexíveis de aprendizagem e processos de reconhecimento de aprendizagens anteriores. “Tínhamos um sistema de precedência com mais de 70 disciplinas, o ensino tornava-se difícil e inflexível”, afirmou Feminino.
O que esta em curso na reforma de ensino superior na maior e mais antiga instituição do ensino superior em Moçambique, não é reduzir os anos de cursos, é criar diversos ciclos. Para o primeiro são necessários três anos preparando o estudante para o desempenho de determinadas tarefas, adquire-se conhecimentos abrangentes, especializados, factuais e teóricos numa determinada área de estudos ou de trabalho e consciência dos limites desses conhecimentos, “saber fazer”. No ensino de Medicina por exemplo, concluído o primeiro ciclo com sucesso por exemplo, o futuro Médico deve saber, cuidados primários de saúde, anestesia, bem como á aquisição de uma mentalidade médica. Explicou Mucavele.
Com a redefinição e especificação das competências, onde o estudante tem aulas práticas, melhores matérias e laboratórios modernos, o director da reforma e integração regional da Universidade Eduardo Mondlane disse que o termo licenciatura será substituída por “Graduado/Bacherllor”, grau que se será atribuído ao estudante que concluir o primeiro ciclo com sucesso, com uma duração de três anos. O segundo ciclo designar-se-á de “Pós-Graduado-mestre (MSC), que conduz ao grau mestre, com uma duração de dois anos, enquanto que o terceiro e o último ciclo designar-se-á de Pós-Graduado Doutor (PHD), Com a duração de três anos.
Segundo a nossa fonte, o estudante só podera fazer a dissertação de tese no segundo Ciclo.
“A formação de um perfil académico compete ás Universidades, não as Ordens”
Após a promulgação de introdução do novo sistema de ensino na Universidade Eduardo Mondlane, de três ciclos, Graduado/Bachollor, Pós-Graduado-mestre (MSC), Pós-Graduado-Doutor (PHD), um ensino centrado no Estudante, a se basear no modelo Europeu de Bolonha, as Ordens dos Engenheiros, Médicos e Advogados, reagiram contra a implementação deste sistema. A sua oposição assenta no não reconhecimento dos estudantes formados pelo novo currículo da Universidade Eduardo Mondlane , bem como a desvalorização da UEM. Reagindo sobre essas constatações, o director da reforma e integração regional da UEM, feminino Mucavele, disse que a definição de perfis e competências académicas compete ás universidades, não as Ordens, as Ordens definem competências e perfis profissionais. Mucavele sustentou que a UEM esta adoptar soluções correntes que garantam a legibilidade e compatibilidade com estrutura de graus da SADC.
História de Bolonha
A declaração de Bolonha começou á 19 de junho de 1999, com cerca de 16 países membros da União Europeia a adoptarem a declaração de Bolonha, actualmente com 45 países tendem globalizar o modelo.
A uniformização curricular visava permitir a deslocação dos estudantes de uma Universidade para outra naquilo que a igreja designava de “peregrinação académica.” Hoje, já no contexto dos estados laicos e no âmbito de integração regional e de reforço de identidade europeia, por via de promoção e compreensão cultural, resgatou-se a ideia com efectiva de programas de deslocação de estudantes através de atribuição de bolsas de estudo. ABC