Quarta-feira, 20 de Maio de 2009
A triste vida que os homens e mulheres, crianças e velhos, adolescentes e jovens, e mais autótenes da República da Fomelândia tem levado, teve eco mais alto.
Esse eco fez com que o Tribunal Internacional de Haia estivesse interessado no assunto. Várias individualidades foram notificadas, dos quais faziam parte não só fomelandeses, mas também cidadãos de outras nacionalidades, sabe lá de Fartolândia ou de outros países.
Como se pode imaginar, a comitiva de juízes encarregue por julgar o caso, ouviu atenciosamente todos os notificados. Nessa audição estranhos foram os depoimentos dos próprios fomelandeses, visto que para eles, o culpado é o outro. Tal outro que como bem diz Mia Couto, é o outro (o colonialismo, as trocas desiguais, as calamidades naturais,...).
Como se pode perceber, os fomelandeses assumem-se como objecto da história deles próprios e não como sujeito – que vergonhoso para um povo soberano a mais de quarenta anos.
É provável que tenha sido dentro deste cenário que os juizes atrás referidos deliberaram: Os fomelandeses são os culpados pela sua própria situação desumana.
São eles, os próprios fomelandeses, que trabalham pouco (e hoje há uma tendência de emergir um grupo de jovens fomelandeses mais infelizes, esses só gostam de receber mas nunca de trabalhar), tem um comportamento esbanjador da riqueza, vivem maioritalmente com mão estendida, mas nunca para trabalhar mas sim para pedir.
Foi daquela maneira que senteciou o Tribunal Internacional de Haia. Aliás, o Tribunal Internacional de Haia, decidiu que os fomelandeses devem trabalhar arduamente de modo a inverter a situação penosa a que se encontram. Do tal trabalho faz parte a luta pelo domínio da ciência e técnica, elementos indispensáveis para o esforço logre sucesso.
Queira Deus, sabe lá Iawé, Alá, os Porcos e outros ainda, que os fomelandeses saibam cumprir com as decisões do tribunal e, finalmente consigam transformar os vários recursos que a terra que lhes viu a nascer contém, em riqueza, pelo menos para se lhes pôr livre da fome (grande ameaça à honra e dignidade deles).
*Xibonda