Segunda-feira, 11 de Maio de 2009
Por Inocencio Albino (Inocentemenete Culpado)
Uma posição crítica contra a violência doméstica, clamação da mulher pela igualdade do género, materialização das relações, mormente o amor são alguns assuntos que ganharam destaque em mais uma noite de poesia realizada recentemente pelo ICMA na Universidade A Politécnica em Maputo. O evento que contou com a participação de vários artistas nacionais e estrangeiros (dos quais Andes Chivangue, Tufo e o violino austríaco Stephano foram os convidados de cartaz), confluiu romarias, dança tradicional, música ao som acústico, para além do recital de poesia. A ocasião serviu ainda para a comercialização da obra “A Febre dos Deuses”, de Andes Chivangue.
Entretanto, a Associação Familiar de Mafalala – Tufo, uma agremiação cultual vocacionada no canto e dança tradicional tufo, da província nortenha de Nampula foi quem marcou o prelúdio do evento cantando “maconde”, um tema pelo qual de acordo com Momade Saide, o Presidente do grupo, exalta a mulher moçambicana bem como a igualdade de género. Saide avançou a nossa reportagem que a associação que preside procura embrenhar nos seus trabalhos uma crítica social, por forma a educar a sociedade.
Tela Chicane foi a mulher mais masuquista da noite, ao manifestar uma simpatia ao seu sofrimento, embora que, de uma forma irónica. Chicane diz em seu poema de amor, querer um homem mais violento, que a agrida nas noites, que tenha a sexta feira como seu dia, uma vez que para si já não existem homens mansos.
Em conversa com o nosso jornalismo, Tela Chicane revela que “a ironia é a forma que encontrei para manifestar o meu descontentamento face a violência doméstica. Qual é a mulher que suporta agressão?”, indagou, para num outro desenvolvimento dizer que crê na superação das crises domésticas mormente a violência, porém seja um trabalho difícil. Chicane confidenciou-nos que escreve a oito anos, sendo o presente reservado a aparições em noites de poesia a preparar sua obra que será publicada em 2010 com o tema “Chereitando a Vida”, um livro em que fala dos problemas sociais.
Refira-se que pelo menos em Maputo, o mês do Abril será culturalmente mais coroado, uma vez que de 21 a 30, intervalo que compreende a semana do livro, as principais casas de cultura tem agendado várias actividades de carris literário.